Por água e território, Articulação Rosalino realiza reunião de trabalho com Governo do Estado
Por água e território, Articulação Rosalino realiza reunião de trabalho com Governo do Estado

Por água e território, Articulação Rosalino realiza reunião de trabalho com Governo do Estado

Por Indinayara Francielle Batista Gouveia

Publicado em 1 de Setembro de 2017 às 10:38

Lideranças dos sete povos e comunidades tradicionais reforçam importância da garantia de seus territórios tradicionais e a sua contribuição como guardiões das águas e na conservação do meio ambienteLideranças dos sete povos e comunidades tradicionais reforçam importância da garantia de seus territórios tradicionais e a sua contribuição como guardiões das águas e na conservação do meio ambiente

Lideranças de comunidades Geraizeiras, Quilombolas, Indígenas, Vazanteiras e Apanhadores de Flores Sempre-Vivas se reuniram, no último dia 15 de agosto, no Solar dos Sertões em Montes Claros, com Lígia Pereira, chefe de gabinete da Secretaria de Planejamento e Gestão - SEPLAG e coordenadora da Mesa de Diálogo e Gestão de Conflito do Governo do Estado de Minas Gerais. O objetivo foi apresentar mapeamento dos conflitos entre povos e comunidades tradicionais que ocorrem em terras públicas do Estado de Minas Gerais como base para dialogar e deliberar em reunião com o governador do Estado. Além das lideranças, participaram representantes do NIISA – Núcleo Interdisciplinar de Investigação Socioambiental, Conselho Indigenista Missionário, Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas e Comissão Pastoral da Terra Vale do São Francisco.

Na fala dos povos, um sentimento de aliança. “Na Articulação Rosalino, a dor de um é a dor de todos. A gente fica mais fortalecido com a luta conjunta. Uma biodiversidade de aliança de povos em torno da mesma dor, da mesma luta”, afirma Orlando dos Santos, liderança Geraizeira. Maria de Fátima, liderança das comunidades apanhadoras de flores sempre-vivas, reforça essa compreensão: “Foi depois de um bom tempo que a gente percebeu no caminho que a gente precisa de nossos irmãos. Cada povo tem seu modo de encantar o outro, é uma forma de cada um apoiar outro no que precisa naquele momento”.

“A Comissão Estadual de Povos e Comunidades Tradicionais tem dezessete povos. Desses, sete são da Articulação Rosalino. Nós temos um peso, uma importância. Por meio da Comissão Estadual, os povos têm feito reivindicações que não têm sido atendidas pelo Estado. Os povos estão se sentindo usados pelos governos, que não dão as respostas. Nossa vida foi toda de luta, e se não tivermos resposta, vamos achar uma forma de dar o nosso recado, nós estamos conversando mas também sabemos agir”, diz Cícero, liderança dos Vazanteiros em Movimento.

O Norte de Minas é uma região marcada por conflitos ambientais, consequência do modelo desenvolvimentista incentivado historicamente pelo Estado, desde a década de 1960. Com projetos voltados para o agronegócio e fortalecimento de grandes empreendimentos econômicos. Tal contexto fez com que os povos construíssem estratégias de luta, visibilidade e articulação de ações pela reafirmação de seus direitos étnicos. As retomadas, autodemarcações de território e manifestações públicas são algumas dessas estratégias. “O povo Geraizeiro fez greve de fome e sede na Esplanada dos Ministérios e conquistou a criação da RDS Nascentes Geraizeiras. Se for preciso, os povos podem organizar uma ação também em Minas Gerais”, lembrou Moisés Oliveira, geraizeiro de Rio Pardo de Minas.

A partir do levantamento apresentado pelos povos e organizações parceiras presentes, uma equipe da Mesa de Diálogo virá ao Norte de Minas para realizar diagnóstico sobre a situação das áreas e povos e levantamento de demandas que competem ao Estado e que serão apresentadas em reunião com o Governador Fernando Pimentel. Para a Articulação Rosalino Gomes, a Terra Indígena Tuxá, localizada em Buritizeiro, e o Acampamento do Quilombo da Lapinha, em Matias Cardoso, são áreas prioritárias, que demandam uma ação urgente do Estado.

Os povos e comunidades tradicionais cumprem um papel fundamental na conservação das águas e da natureza. Seu Adão, geraizeiro de Rubelita, reforça esse sentimento. “A luta que eu tô vivendo não é só pra mim não. É para o mundo, é para o Brasil. É cuidar da natureza para toda a vida”.

“A sua vinda, Lígia, é um gesto de esperança”, explica Orlando. Para Braulino Caetano, representante dos geraizeiros no Conselho Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais, a reunião foi importante para reforçar a pauta dos povos e comunidades tradicionais para o Governo do Estado. “Foi importante para apresentar a nossa pauta, as nossas prioridades. Foi muito válido porque estamos construindo juntos, também com a companheirada da universidade e da assessoria e o governo reconhecendo os povos, vendo nossa base, nossa força, vendo que não estamos sozinhos”.

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