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A hora e a vez das mulheres sertanejas

Publicado em 25 de Junho de 2015 às 14:19

A hora e a vez das mulheres sertanejas

Organizadas por entidades parceiras, rodas de conversas impulsionam o empoderamento das trabalhadoras do Norte de Minas

Há mais de um ano, artesãs e agricultoras das regiões de Alto Rio Pardo e Serra Geral se juntam em rodas de conversas, organizadas por entidades como CAA/NM, UFMG, Sindicatos, Projeto Mais Gestão, APL do Pequi e AMEFA. O movimento das saias aborda temas de planejamento da gestão, produção e comercialização de empreendimentos; mas também é um espaço para se falar de machismo, violência contra a mulher e atuação feminina.

Germana Platão, técnica do CAA/NM, diz que as conversas fazem as mulheres se sentirem “mais donas do trabalho que realizam”. “Nas cooperativas, a diretoria quase sempre é composta por homens. Então, estas rodas de conversa são um momento para as mulheres não ficarem para trás, também poderem falar e se posicionar.”

Um exemplo é Rio Pardo de Minas, onde as demandas levantadas pelas mulheres foram encaminhadas pelas entidades responsáveis, resultando no projeto Terra Sol – que garantirá recursos para a compra de maquinários e reformas, com início previsto para este ano. Germana ainda lembra a importância de se relacionar o feminismo, como empoderamento feminino, e agroecologia: “As mulheres são as mais interessadas na gestão da água e na produção de alimentos de qualidade na casa. Elas são o ponto de partida, as verdadeiras autoras e cuidadoras. É por isso que a gente diz que sem feminismo não tem agroecologia”.

Antônia Antunes da Silva, presidente da Associação Quilombola do Gurutuba, também participa das rodas. Para ela, este é um momento para trabalhar a sororidade (irmandade) entre as mulheres: “Nas rodas as mulheres aprendem a não competir, mas a ajudar uma a outra”. Antônia sustenta que o movimento feminista já conquistou avanços, mas ainda há muitos desafios para se construir uma sociedade realmente igualitária. “Antes não tinha essa de mulher sair de casa, ser presidente de associação, vereadora, nada disso. Era sair e o marido voltava a botar pra dentro. Agora as mulheres estão pegando no batente, estão mais ativas. Nosso desafio ainda é a questão da fonte de renda, e problemas sérios como a violência. Mas aos pouquinhos vamos conseguindo melhorar esse mundo”.

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Postado por: Helen Dayane Rodrigues Santa Rosa