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Fórum Regional Norte de Minas discute propostas para o desenvolvimento sustentável

Publicado em 12 de Fevereiro de 2020 às 17:15

Fórum Regional Norte de Minas discute propostas para o desenvolvimento sustentável

O Fórum de Desenvolvimento Sustentável do Norte de Minas, se reuniu na última sexta-feira (07), na sede da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais (Fetaemg) em Montes Claros, com o objetivo de retomar o Fórum Regional para que possa contribuir com articulações de movimentos sociais na construção de ações conjuntas na luta pelos direitos sociais, territoriais, ambientais e culturais do Norte de Minas e Alto Jequitinhonha.

No encontro, Carlos Dayrell traçou uma linha do tempo abordando sobre toda a trajetória de luta até a criação do Fórum em 1997, no qual começou a pautar temáticas de debate sobre terra, território, mineração, acesso à água de qualidade, segurança e soberania alimentar e ainda socializando a situação atual dos conflitos agrários.

A Geraizeira e tesoureira do Centro de Agricultura Alternativa (CAA), Joeliza Aparecida de Brito Almeida, moradora do município de Riacho dos Machados destaca a importância da retomada do Fórum: “A retomada neste momento é muito importante porque ele agrega em vários fatores, principalmente nesse momento de crise institucional, perca de políticas públicas e percas de coisas que agregam valores que estamos vivenciando”, afirma a geraizeira.

Os temas de principais discussões foram sobre a questão da mineração e a água no Norte de Minas, que nos últimos anos, vem sendo explorada por várias multinacionais que extraem desde o minério de ferro ao ouro, deixando rios, nascentes e veredas secas. Essa exploração de matéria prima e mão de obra barata, vem deixando toda a destruição para as comunidades, povos tradicionais e a população que ali vive.

No contexto do Semiárido foram discutidos sobre os benefícios e avanços na vida dos agricultores e agricultoras através dos programas da Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA Brasil). Valmir Lopes Queiroz, representante da Caritas de Januária e da ASA Minas Gerais, disse que o fórum traz demandas de lutas em questão de uma qualidade de vida mais digna: “É o fórum que aborda as temáticas em questão da água saudável, da luta contra os agrotóxicos preservando a segurança e soberania alimentar que matam e prejudicam os produtores e produtoras rurais, comunidades e povos tradicionais, traz essa discussão dentro do campo e da cidade”, disse.

Damiana Campos do Instituto Rosa Sertão, organização de base feminina localizada na margem esquerda do rio São Francisco, fala que a cultura pode possibilitar outros movimentos de direitos e também de defesas dos territórios.  “Eu acredito muito nos espaços de diálogo em que a palavra é um ato de promover amor, então quando as pessoas se juntam para falar de uma causa em algo que elas acreditam, elas conseguem unir forças para além do que está posto, acredito que o fórum possa contribuir para a defesa e criação de outras realidades”, disse.

Maria de Lourdes de Sousa Nascimento, moradora da comunidade de Mocambo da Onça, município de Porteirinha, destaca que o Fórum retomou em momento oportuno, pois o Brasil no momento atual sofre grande percas de direitos. “É a hora de fortalecer e reorganizar os movimentos sociais, pois o fórum traz uma questão importante nos territórios de organizar as lutas, priorizar as ações levar os debates sobre violência contra a mulher e outras construções. Com essa retomada do Fórum podemos organizar várias lutas, momento ideal para reunirmos contra a perca de direitos e os diversos planos de governo que têm sido um desastre nas nossas vidas”.

Maria de Lurdes ainda pontua os desafios que enfrenta: “O Norte de Minas está sofrendo um ataque muito grande com as mineradoras, são muitas empresas descendo para minerar, por ser um lugar que tem pouca água para sobrevive, então a gente tem que travar uma luta para defender à água que a gente ainda tem”.

Ao final do encontro foram divididos temas sobre: direito a terra e território, agroecologia e biodiversidade, acesso à água e feminismo. Com objetivo de fazer avaliações para construção de um modelo de planejamento do fórum.

O evento contou com a presença de 81 pessoas, entre sindicatos de trabalhadores e trabalhadoras rurais, associações comunitárias, cooperativas, mandatos de deputados, instituições eclesiais, organizações não-governamentais e movimentos sociais.

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Postado por: George Daniel Rodrigues Fonseca
Editado por: Artur Fernandes de Souza Filho