DGM Brasil participa do II Intercâmbio Latino Americano no Peru
DGM Brasil participa do II Intercâmbio Latino Americano no Peru

DGM Brasil participa do II Intercâmbio Latino Americano no Peru

Por Paula Lanza Barbosa
Editado por Paula Lanza Barbosa

Publicado em 20 de Junho de 2018 às 17:39

Por Álvaro Carrara - Engenheiro Florestal

Membro da Agência Executora Nacional (CAA-NM)

Coordenador do DGM Brasil e participante do II Intercâmbio Latino Americano no Peru

 

Representantes dos Comitês Gestores e das Agências Executoras Nacionais do DGM (Mecanismo Dedicado a Povos Indígenas e Comunidades Tradicionais) de oito países (Brasil, Guatemala, Guiana, Indonésia, México, Nicarágua, Panamá e Peru) participaram de intercâmbio no distrito de Satipo, região de Junín, Selva Central do Peru, entre os dias 11 e 15 de junho. A atividade foi liderada pela Conservation International (CI), Agência Executora Global do DGM. Os integrantes do Comitê Gestor Nacional do DGM Brasil Anália Tuxá, Mayk Arruda e Srewe Xerente, além do engenheiro florestal e integrante da equipe-chave Álvaro Carrara, participaram da atividade representando o DGM Brasil.

O intercâmbio teve por objetivo ampliar o conhecimento e troca de experiências sobre objetivos, estrutura e governança do DGM Peru e demais países participantes; comparar os processos de reconhecimento identitário e de posse da terra e como isso afeta os direitos dos povos indígenas e comunidades tradicionais. E também como as ações locais lideradas por povos indígenas e comunidades tradicionais influenciam e respondem às políticas climáticas em nível nacional e global.

O primeiro dia foi dedicado ao nivelamento de informações acerca da Convenção sobre Mudanças Climáticas e o Acordo de Paris, na qual todos os países signatários têm responsabilidade e obrigações, embora diferenciadas, de envidar esforços para a mitigação (atenuar as mudanças do clima) e adaptação às mudanças do clima (contornar a situação).

Foi abordada também a criação dos fundos financeiros para a implementação das ações, como o Fundo de Investimento em Clima (Climate Investment Fund - CIF) e o Fundo Verde para o Clima (Green Climate Fund - GCF), esse último criado em 2010 e que passará a ser o Fundo para a implementação das ações da Convenção do Clima e do Acordo de Paris, em substituição ao CIF.

O Fundo Verde prevê arrecadar algo em torno de 100 bilhões de dólares por ano para financiar ações junto aos países. Porém, na sua maior parte, ainda são compromissos e não significa recurso efetivo disponibilizado. É preciso assegurar também que esses fundos sejam utilizados para financiar efetivamente a conservação dos recursos naturais e que não sejam utilizados em ações que vão na contramão, como a implantação de monoculturas que impactam as comunidades indígenas e tradicionais, como uma falsa solução para a mitigação às mudanças do clima.

Durante o intercâmbio também foram compartilhados conhecimentos e ferramentas úteis para monitoramento de desmatamento e queimadas em territórios de povos e comunidades tradicionais, além de informações sobre acesso a imagens de média e alta resolução (http://glovis.usgs.gov) e softwares disponibilizados gratuitamente (https://qgis.org/en/site/).

Foi apresentado ainda um estudo sobre a posse da terra na América Latina e as diferenças entre seis países pesquisados (Argentina, Hondura, Guatemala, Peru, Nicarágua e Panamá) no que concerne às legislações nacionais acerca do direito de propriedade sobre a terra e direito coletivo; sistemas para reconhecimento desses direitos e obstáculos legais. Nesse estudo, o destaque coube ao Panamá, com uma legislação mais favorável em titulação de povos indígenas em relação aos demais países pesquisados.

Por fim foram realizadas visitas de campo junto a duas comunidades “nativas” Ashaninka participantes do projeto DGM Peru, onde estão sendo realizadas ações de reconhecimento identitário e titulação de terras, temas prioritários para as comunidades nativas desse país. Foram ainda visitadas as experiências de manejo florestal de produtos não madeireiros e turismo sustentável nas comunidades de Pampa Michi e Palomar, no distrito de Satipo, região de Junín. A história dessas comunidades em muito se assemelha com a história de violência sobre as comunidades indígenas no Brasil, que viram seus territórios invadidos por colonizadores e enfrentam atualmente forte burocracia para o reconhecimento e garantia dos seus direitos territoriais, com processos que se arrastam por mais de 30 anos.

 

           

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