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Alternativa ao capitalismo, agroecologia dos povos tradicionais

Publicado em 8 de Setembro de 2015 às 13:24

Alternativa ao capitalismo, agroecologia dos povos tradicionais

O Encontro Agroextrativista aconteceu durante os dias 21 e 22 de agosto, como parte da programação das Festas de Agosto no Solar dos Sertões. Os colaboradores do CAA/NM Igor de Carvalo e José Janser Santana participaram do evento, e compartilham seu olhar sobre o Encontro.

Por Igor de Carvalho e José Janser Santana

 

O Encontro de Agroextrativistas foi mais uma iniciativa do CAA/NM e da Cooperativa Grande Sertão no sentido de dar maior visibilidade aos Povos e Comunidades Tradicionais do Norte de Minas, seus modos de vida, as atividades econômicas que protagonizam e sua contribuição na construção de uma sociedade mais justa e sustentável. 

Compareceram ao debate: agricultores extrativistas experientes, como o Sr. Geraldo Gomes, da comunidade Touro (Serranópolis de Minas-MG), Sr. Jair, da comunidade Abóboras (Montes Claros-MG), e o casal Lô e João Franco, do Assentamento Tapera (Riacho dos Machados-MG); agricultores(as) “chegantes”, que estão começando a interagir mais com o trabalho do CAA/NM e da Cooperativa Grande Sertão, tendo como porta de entrada a comercialização de seus produtos via Cooperativa e PAIS (Produção Agroecológica Integrada e Sustentável). Participaram também do encontro outros(as) profissionais da área técnica, de assessoria em agroecologia, educação, da UNIMONTES etc.

Assim, o Encontro foi importante para nivelar o conhecimento sobre a Economia Sertaneja, os sistemas agroextrativistas e as mudanças climáticas, onde os(as) participantes mais experientes puderam intercambiar informações com os demais, e também aprender a partir das impressões de quem vivencia o dia-a-dia na roça. A mediação do debate ficou por conta de José Janser Freire, da Cooperativa Grande Sertão. Para Aparecido Alves, diretor da cooperativa, o encontro foi positivo e já deu resultados. “A gente avalia que o encontro foi muito bom, foi um movimento importante para se pensar a organização da produção da cooperativa. Um dos objetivos era aproximar as pessoas, e realmente conseguimos promover este movimento”.

Na primeira parte do debate, a facilitação ficou a cargo da Profa. Luciene Rodrigues, da Unimontes, que nos brindou com uma fala a partir de sua condição não só de professora, mas também de filha de agricultores tradicionais norte-mineiros, de alguém que teve sua própria "vivência de roça". Ela revelou, de maneira singela, a importância da "economia sertaneja", em contraste com as atividades econômicas como a mineração e a monocultura de eucalipto, que geram mais prejuízos do que benefícios às populações rurais do Norte de Minas.

Na segunda parte, facilitada por Igor de Carvalho, buscamos continuar com uma conversa adequada aos participantes, enfatizando a importância da Agroecologia enquanto luta anti-capitalista e as economias sertanejas e extrativistas como de fundamental importância na construção da justiça social e da sustentabilidade ambiental. Foi feita uma ponte dos agricultores(as) presentes com o CAA-NM e a Cooperativa Grande Sertão, convidando os diretores e técnicos dessas organizações à contribuir com informações e análises sobre seus trabalhos e as políticas públicas relacionadas, em especial aquelas de combate aos efeitos das mudanças climáticas, como o P1MC e o P1+2. 

O encerramento do Encontro aconteceu no Empório dos Sertões, no sábado dia 22, com a realização de uma Feira Agroecológica, permitindo aos consumidores a aquisição de produtos saudáveis diretamente das agricultoras e dos agricultores familiares e agroextrativistas. A feira permitiu também que as agricultoras e agricultores pudessem acompanhar todo o trajeto que seus produtos percorreram, desde a produção até a comercialização final. Isso revela a satisfação da agricultora e do agricultor em saber quem realmente os valoriza por seu trabalho diferenciado, frente a um sistema puramente massificado.

 

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Desde as Festas de Agosto, o Empório do Solar dos Sertões iniciou sua exposição de produtos da agricultura familiar, produzidos por participantes do Encontro de Agroextrativismo e cooperativas de Minas Gerais. A abertura do Empório fortalece a comercialização dos produtores rurais, e leva para a cidade um pouco da riqueza do campo: café, farinha de mandioca, doce de leite... produtos livres de agrotóxicos, e ricos em cultura popular. Acompanhe nossas atualizações na página do CAA/NM e fique por dentro das próximas aberturas do Empório!


Postado por: Cibelih Hespanhol Torres