Agronegócio ameaça biodiversidade do Cerrado
Agronegócio ameaça biodiversidade do Cerrado

Agronegócio ameaça biodiversidade do Cerrado


Editado por Fabiano Cordeiro César

Publicado em 12 de Setembro de 2013 às 17:32

 

Cerrado garante segurança alimentar e renda para comunidades tradicionais que lutam pela regularização de suas terras | Foto: João R. Ripper

 

Gleiceani Nogueira - Asacom
11/09/2013

Conhecida como a savana brasileira, o Cerrado é o segundo maior bioma do país e estende-se por mais de dois milhões de quilômetros quadrados. Situa-se majoritariamente na área central do Brasil e ocupa uma parte do Semiárido, especificamente no Norte de Minas Gerais, no oeste baiano, no Piauí e no Maranhão. É um bioma de rica biodiversidade com mais 12 mil espécies vegetais e 320 mil de animais, grande parte endêmicas. Curiosamente, apenas 0,85% do bioma encontra-se oficialmente em unidades de conservação.

A riqueza de seus recursos naturais atrai também a atenção de empresas ligadas ao agronegócio, colocando em risco os territórios de agricultores/as e comunidades tradicionais que vivem no Cerrado. Por isso, o Dia do Cerrado, comemorado nesta quarta-feira (11 de setembro), é para as comunidades tradicionais e movimentos sociais um dia de luta e denúncia contra as ameaças socioambientais das quais o bioma vem sofrendo.

De acordo a WWF-Brasil, aproximadamente 40% do Cerrado conserva parcialmente suas características iniciais e outros 40% já as perderam totalmente. Somente 19,15% corresponde a áreas nas quais a vegetação original ainda está em bom estado.

Segundo o integrante da Rede Cerrado e da Articulação Semiárido Mineiro (ASA Minas), Carlos Dayrell, a monocultura - sistema agrícola que desmata grandes extensões de vegetação nativa e utiliza grandes quantidades de insumos químicos e agrotóxicos - é uma das principais ameaças ao bioma.

“Quando a gente fala da monocultura a gente está falando do eucalipto, da soja, da cana-de-açúcar, a gente tá falando também das grandes pastagens. Junto com esses processos também há mineração. Algumas áreas que até então estavam intocadas, até porque são regiões de serra, agora têm sido alvo das empresas, em particular na região do Pará e do Norte de Minas”, explica.


Além da questão da terra, existem outras estratégias que podem garantir mais segurança paras as famílias como a criação de Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS), Reservas Extrativistas (RESEX) e assentados agroextrativistas. Segundo ele, essas questões já foram apresentadas ao governo, mas o processo tem sido muito demorado. “Para você ter uma ideia, nós estamos com uma demanda de oito Resex, já tem mais de seis anos. Talvez uma primeira seja criada este ano. Estamos em vista também de criar o primeiro assentamento agroextrativista em área de Cerrado. Isso talvez aconteça nesta semana ou na próxima”, destaca Dayrell.

Ele também chama a atenção para o encurralamento das comunidades tradicionais devido à expansão dos grandes empreendimentos. “Normalmente as comunidades tradicionais vivem nas grotas, nas beiras dos córregos e usam as chapadas, as áreas mais altas, para a solta dos animais, para a coleta das frutas. Então essas áreas, quando chegam os grandes investimentos, eles ocupam logo e as comunidades ficam encurraladas nas beiras dos córregos e ficam concentradas em poucas áreas”. 

Esse processo de encurralamento gera um impacto direto no processo de reprodução social das comunidades, que acabam sendo expulsas de seus territórios pela falta de regularização de seus territórios. Por isso, o reconhecimento de suas terras é um dos principais pleitos dos povos que habitam o Cerrado como quilombolas, indígenas e geraizeiros. (Veja aqui as reivindicações do Movimenro Geraizeiro)

http://www.asabrasil.org.br/Portal/Informacoes 

 

 

 

 

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