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Defesa da vida e do território

Publicado em 12 de Dezembro de 2016 às 13:24

Defesa da vida e do território

Reserva de Desenvolvimento Sustentável em Riacho dos Machados é uma alternativa de preservação do meio ambiente e enfrentamento ao agronegócio

Aconteceu no dia 24 de novembro a devolução do estudo feito sobre a Reserva de Desenvolvimento Sustentável Tamanduá, localizada na região de Riacho dos Machados, Norte de Minas Gerais. A RDS se trata de uma área de exploração sustentável, em que as famílias da região utilizam os recursos disponíveis da natureza sem danificá-la. O estudo foi elaborado pelo professor Ariovaldo Umbelino de Oliveira (USP) que começou o trabalho há quatro anos no município. Durante a devolução, o professor esclareceu dúvidas da comunidade e apresentou como a reserva irá contribuir para o território e para a vida das famílias.

Segundo o pesquisador, o Brasil não tem a questão da terra resolvida, uma vez que é vista como posse e as pessoas que a possuem são muitas vezes levadas “na conversa” de grandes empresários. Segundo Ariovaldo, a RDS é uma alternativa para suprir as demandas da comunidade coletivamente: “A ideia da reserva é a melhoria da vida, é a implantação de um sistema que beneficia a cidade, que beneficia quem mora na área rural”, explica.

Elisângela Aquino, geraizeira, guardiã da agrobiodiversidade  e moradora do assentamento Tapera, vê a criação da RDS como forma de melhorar a vida da comunidade e enfrentar os grandes negócios que ameaçam a agrobiodiversidade da região, como as monoculturas de eucalipto e a mineração. Elisângela ainda explica que a devolução do estudo ajuda a entender do que se trata a reserva, e fortalece o esforço da região como unidade. “É um desafio pra todo mundo, é uma coisa que a gente acredita, mas não basta acreditar, a gente tem que entender o processo, porque quando a gente defende o meio ambiente e o território, a gente defende a vida. E se a gente quer de fato como ser humano defender a vida para outras gerações, a gente precisa defender uma reserva porque a gente sabe que o interesse do agronegócio é um processo que pensa o hoje sem pensar no amanhã”.

Eliseu José de Oliveira, diretor do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Rio Pardo de Minas e do Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas – CAA/NM, explica que é fundamental que a comunidade esteja mobilizada para lutar pela RDS: “As organizações e as pessoas que chegam à comunidade vem para colaborar, assessorar e ajudar, mas quem vai segurar mesmo é a comunidade. As pessoas de dentro que tem que segurar os maiores desafios que envolvem criar uma RDS”, explica Eliseu.

Joeliza Aparecida de Brito Almeida, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Riacho dos Machados, vê o momento como importante passo para fortalecimento da luta pela reserva: “Daqui para frente temos que nos unir e pressionar para que a gente tenha a nossa reserva”.

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Postado por: Indinayara Francielle Batista Gouveia
Editado por: Indinayara Francielle Batista Gouveia