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Articulação Rosalino clama por direitos no Dia dos Gerais

Publicado em 9 de Dezembro de 2015 às 16:57

Articulação Rosalino clama por direitos no Dia dos Gerais

 

       Povos e comunidades tradicionais do Norte de Minas e Alto Jequitinhonha vem descobrindo, reunidos na Articulação Rosalino, que “a única forma de caminhar firme é com uma aliança entre os povos”. Durante os dias 07 e 08, a Articulação se reuniu para debater o cenário político atual, definir princípios e objetivos, e, é claro, tocar tambores e dançar cantos ancestrais que animam suas lutas historicamente. Cerca de cinquenta participantes – quilombolas, vazanteiros, geraizeiros, apanhadores de flores sempre viva e indígenas Xakriabá e Tuxá – apresentaram suas identidades, comunidades e bandeiras, durante a reunião na área do Quilombo de Praia, que desde julho ocupa e reivindica seu território tradicional em Matias Cardoso. A ideia de levar a reunião até a área da Praia é uma forma de celebrar os espaços onde os enfrentamentos acontecem. Lá, à sombra do pé de buritizeiro, que acolhia a todos como uma benção, foi relembrada a história de Rosalino, liderança Xakriabá brutalmente assassinada em 1987 defendendo o território indígena, e de quem a Articulação leva o nome. “Rosalino era semente, sua morte deu vida para nossos enfrentamentos”, reforçou Hilário Xakriabá no momento de acolhida e mística.

       A conversa apontou para o cenário político atual, no qual os povos vivem um retrocesso em seus direitos através da perseguição de lideranças e votação de projetos como a PEC 215 e a Lei 13.123. Neste contexto, a Articulação Rosalino é vista como estratégica para trazer maior nível de maturidade e posição política aos povos, compreendendo que a luta é comum a todos. “A dor do Tuxá é a dor do Xakriabá, que é a dor dos quilombolas e dos geraizeiros. A única forma de caminhar firme é com essa aliança, levando o nosso projeto de sociedade” afirmou Samuel Caetano, geraizeiro e colaborador do CAA/NM.

            Animados pelas palavras e pelos toques dos tambores, os participantes seguiram em manifestação até a praça de Matias Cardoso, onde era realizado o Dia dos Gerais (8). O evento encena, simbolicamente, a nomeação do município como capital do estado, homenageando a região dos Gerais, como reivindicado pelo Movimento Catrumano. No evento, era esperada a presença do governador Fernando Pimentel, que não compareceu. Mesmo assim, os povos e comunidades tradicionais fizeram valer seu grito – pela efetivação de seus direitos, pela regularização dos territórios e por respeito àqueles que são os verdadeiros povos do Gerais. Foram reanimadas reivindicações específicas das diversas comunidades do Norte de Minas, que já tinham sido entregues oficialmente ao governo do estado, no Encontro dos Geraes em outubro deste ano.

 

  

 

 

 

 

 

 

 

 

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Postado por: Cibelih Hespanhol Torres
Editado por: Cibelih Hespanhol Torres